Um projeto está ajudando muita gente a pagar contas atrasadas. Foi durante a pandemia, quando a crise econômica se agravou, que um analista de sistemas teve uma ideia genial. Alexandre Caruso criou o aplicativo Garrafa no Mar, que em dois anos já somou R$ 640 mil em ajuda.


“Um aplicativo pra conectar pessoas que possam pagar contas pra aquelas que perderam suas fontes de renda formais ou informais e que ainda estão escolhendo se pagam conta básica ou se levam comida pra mesa”, disse.

Não é difícil encontrar por aí quem alguém que esteja com as contas atrasadas.


“Muita conta, a gente se vira. A gente vende coisas na rua”, diz o ambulante Gustavo Rocha.


Uma mulher diz que a mãe está endividada e para conseguir pagar as contas é preciso fazer “manobra”.


“Paga uma coisa aqui, aí pra suprir a outra passa o cartão pra poder pagar. Aí no outro mês tem que pagar o cartão e vai empurrando”.


Quem entra no cheque especial, no rotativo do cartão, pede empréstimo em banco ou no agiota, fica em apuros. Quanto maior a taxa de juros, maior o aperto.


“Acaba virando uma bola de neve por causa dos juros altos”, diz a estudante Milena Rodrigues.


A vontade de ajudar

Foi a vontade de ajudar que fez com que Alexandre Caruso criasse o aplicativo.


Em dois de existência do projeto, o Garrafa no Mar sensibilizou milhares de doadores anônimos. Até o momento, graças ao aplicativo, foi possível pagar mais de R$ 640 mil em dívidas atrasadas.


Cinco mil e setecentas contas foram pagas, beneficiando mais de 4 mil devedores. Ao todo, 3.500 doadores permitiram um alívio nas contas de pessoas que nem conhecem.


Ajudar desconhecidos é o que mais emociona o contador Hélcio Dias, que mora em São Paulo.


“Eu paguei cinco contas e foram de concessionárias e todas elas coincidentemente eram do Rio de Janeiro. O que me deixou mais entusiasmado é que as pessoas não sabem quem eu sou e eu também não as conheço. Eu fiquei bastante tocado com isso”, contou.


A gestora de empresas Míriam Meireles conseguiu impedir o corte da luz de uma camelô no Rio.


“Eu senti muito feliz em saber que estava ajudando alguém a ter dignidade. Uma conta paga. Pra ela sentar e costurar e fazer os laços e os arcos pra vender, isso me fez muito bem”.


A jornalista Roberta Ribeiro está desempregada. Ela mora no interior do Rio Grande do Norte e foi ajudada por um doador anônimo.


“Meu filho estava desempregado. Eu tô desempregada e as contas foram acumulando. Esse ano, tava ficando na mesma situação. E essa semana foi paga a conta”.


“A gente precisa fazer com que as pessoas que tenham condições doem pelo menos um percentual de tempo, de ouvido, de dinheiro pra ajudar quem não teve as mesmas oportunidades que ela teve”, diz Alexandre.


Fonte: RJ1

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